"Chega de falar de mim, vamos falar de você por um minuto. Chega de falar de você, vamos falar da vida por um momento. Os conflitos, as loucuras e o som das pretensões caindo por todos os lados..."

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Veludo Azul


Uma orelha. Quem diria que uma orelha seria o início de uma descoberta sobre a realidade de um mundo não tão singelo, aconchegante e feliz como se imagina, pelo menos na visão do inocente Jeffrey Beaumont (Kyle MacLachlan). Ao encontrar uma orelha humana em um terreno baldio, Jeffrey busca por respostas e acaba encontrando mais do que poderia imaginar. Sua investigação o leva até a cantora de boate Dorothy, interpretada com maestria por Isabella Rossellini. Dorothy é sadomasoquista, tem um caso com Jack (Dennis Hopper) um homem insano e traficante de drogas e ela ainda guarda um grande mistério familiar. David Lynch conta sua história em um suspense que prende, choca e emociona. Uma história construída com diálogos fortes que questionam as atitudes humanas. Lynch também quer mostrar o embate entre duas realidades: a que [às vezes/talvez] não vemos e a que realmente existe.

Quanto mais Jeffrey adentra no caso que resolveu investigar, mais ele questiona o que vê e mesmo chocado com essa realidade, até mesmo percebendo o perigo que corre, resolve ir até o fim. Jeffrey representa muitas pessoas que vivem em um mundo à parte, que deliberadamente, ou não, preferem evitar aquilo que está diante dos olhos: Um mundo cruel, com pessoas completamente diferentes que muitas vezes representam o que de pior um ser humano pode ser. A realidade não é tão simples. Por mais que fujamos, ela nos encontrará e mostrará tudo que é preferível evitar. Difícil enfrentar o que não se conhece, o que diante de nós é aberração. Mas Lynch não tenta, em nenhum momento, fazer um juízo de valor. A realidade está lá, os dois mundos estão. O Belo e o Trágico.

Lynch apresenta uma obra irretocável, conduz os atores de uma forma delicada, arrancando grandes interpretações de um elenco perfeito para uma obra desse nível. Veludo azul ainda conta com uma ótima trilha sonora, com grande destaque para a música “Blue Velvet” que é tocada diversas vezes durante o longa. Suspense, trama policial, questionamentos acerca da realidade, do ser humano... são coisas que poucos diretores conseguem fazer e transmitir de forma tão peculiar e, óbvio, David Lynch é um deles, um grande afortunado.


“Mundo estranho, não?”.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Moonshiner


"Quando a garrafa fica vazia então a vida não vale o afogamento..."

segunda-feira, 25 de maio de 2009

CD do Mês


Em 1995 é lançado o terceiro álbum sob o nome de PJ Harvey e seu primeiro álbum solo que estabeleceu PJ definitivamente como um dos ícones da década de 90. To Bring You My Love rendeu vários elogios da crítica e Polly figurou por várias listas de melhores álbuns e artistas do ano. Experimentando climas mais envolventes e uma sonoridade muito mais complexa, refinada, com influência massiva de blues e prezando melodias ao ritmo.


Artista: PJ Harvey
Álbum: To Bring You My Love
Ano: 1995

segunda-feira, 18 de maio de 2009

O Jardim Das Delícias

"Mordíamos a fruta da vida. A fruta proibida do jardim secreto das horas."

Lucas Silva


domingo, 17 de maio de 2009


"Joham: -Que Foi?
Jovelina: -É que esse filme é tão triste.
Joham: -Triste? Eu acho feliz.
Jovelina: -É feliz,mas é triste.A gente começa a pensar na vida.E a pensar na vida da gente.Uma vida que poderia ser assim: procurar a felicidade,e mais nada.Cada vez que a gente procura,acontece alguma coisa errada."

Fragmento de “Cinema, Aspirinas e Urubus”.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Moulin Rouge - Trilha Sonora



No filme Moulin Rouge, “Spetacular Spetacular” é o título da peça que Christian (Ewan McGregor) escreve para a bela (e que bela!) cortesã Satine (Nicole Kidman), mas “Spetacular Spetacular” é também como pode ser definida a trilha sonora desse grande musical que reinventou o gênero e trouxe de volta aos cinemas a magia dos musicais. Baz Luhrmann foi no mínimo ousado em usar como trilha sonora de seu longa grandes sucessos da música contemporânea. The Beatles, Madonna e Elton John são alguns exemplos do que você pode encontrar nas faixas do CD. A primeira música é “Nature Boy”, interpretada por David Bowie abrindo o álbum com maestria e também fechando-o com a mesma magnitude, porém no encerramento temos a companhia de Massive Atack dando a música uma marca trip-hop. Em seguida somos apresentados ao pop de Christina Aguilera, Lil Kim, Mya e Pink na faixa “Lady Marmalade”. Essa canção foi lançada originalmente na década de 70 pelo grupo La Belle, mas a versão atual que ganhou é muito bem executada. A música se tornou single e ganhou até mesmo um videoclipe. Um dos grandes destaques que vale ressaltar é a canção (e também a cena em que a música é apresentada) “Sparkling Diamonds”. A música é uma mistura de "Diamonds Are A Girls Best Friend", canção interpretada por Marilyn Monroe no filme “Os Homens Preferem as Loiras”, e “Material Girl”, de Madonna. Interpretada por Nicole Kidman, a música é perfeitamente executada e o cruzamento das canções dá a faixa um toque especial. “Rhythm Of The Night” é dançante e até divertida, ouça sem preconceito.

Ewan McGregor encara “Your Song” de Elton John com naturalidade. Sua voz é forte, o sentimento transborda em suas interpretações e posso dizer que Ewan poderia ganhar a vida como cantor se não conseguisse trabalhos como ator. “One Day I’ll Fly Away” é fraca e deveras chata. “Elephant Love Medley” mostra a química entre Nicole Kidman e Ewan McGregor, onde os dois se divertem com a canção tamanha a naturalidade com que a encaram. A canção tem nada menos que 9 hits incluídos em uma só música e é mais um dos grandes destaques do CD. Logo após nos é apresentada a faixa “Come What May”, onde temos a confirmação do casamento perfeito entre as vozes de Kidman e McGregor. A força da voz de Ewan e a suavidade da voz de Nicole fazem dessa música uma das mais emocionantes e românticas do CD. (E que agradará principalmente as mulheres).

No entanto, Sting quem deve ter pulado de alegria com a versão de “Roxanne” (No filme, “El Tango De Roxanne”) Em uma das melhores cenas do longa, a canção é interpretada por Jose Feliciano (com uma voz beirando o gutural) e Ewan McGregor. Os violinos nervosos e frenéticos unidos aos violoncelos e uma espetacular montagem fazem dessa música (talvez) a melhor do álbum. A faixa seguinte é “Complainte de La Butte”, uma bela e relaxante canção.

A trilha sonora de Moulin Rouge funciona perfeitamente dentro e fora do filme. É divertido ouvir as canções e aos poucos descobrir os trechos das músicas que estão presentes nas faixas do álbum. De vez em quando você encontra algo novo, seja “All You Need Is Love” dos Beatles ou até mesmo “Heroes” de David Bowie, mas não esqueça: Ouvir o CD só o fará sentir falta do musical e você provavelmente correrá até as locadoras para alugar o filme. Quer uma dica? Além da Trilha Sonora compre também o DVD!

domingo, 5 de abril de 2009

Buraco da Fechadura

"E veio o beijo. E nós nos escondíamos no escuro. No Oceano dos lábios. No encostar da boca. Alí, arrepiados éramos Reis..."

Lucas Silva

sábado, 4 de abril de 2009

quarta-feira, 1 de abril de 2009

CD do Mês


Jeff Buckley (17 de novembro de 1966 — 29 de Maio 1997). Mesmo morrendo muito jovem e com uma carreia ainda tão curta, Buckley foi reconhecido pelo seu grande talento e considerado pelos críticos umas das mais promissoras revelações musicais de sua época.

“Grace” chegou às lojas em agosto de 1994 e foi imediatamente aclamado pela crítica e por artistas como Paul McCartney, Chris Cornell, Bono Vox e Jimmy Page. Infelizmente seu único trabalho.


Artista: Jeff Buckley
Álbum: Grace
Ano: 1994

domingo, 29 de março de 2009

O Que Eu Faço Agora Com Todo Esse Fogo?


II Parte: A Suposta Ex-Viciada Em Se Apaixonar – Alanis Morissette


Lançado dia 03 de Novembro de 1998 sobre grande expectativa da critica e fãs, “Supposed Fomer Infatuatian Junkie” talvez seja o álbum mais confessional e uma versão crua e despida do JLP. Recheado de sons e efeitos mais elaborados, a música alternativa é o destaque e talvez a estranheza que ele carrega principalmente para aqueles que esperaram uma “segunda versão de raiva”. Essa mesma que Alanis em alguma esquina perdeu. Ousado, ele trás letras em prosa, sem refrão e composições com temáticas em experiências e visões pessoais diversas. O disco é bastante difícil de digerir a começar pelo nome prolixo e adotado pela maioria dos fãs simplesmente como “Junkie...”. A rejeição a primeira audição é algo nada surpreende, um disco logo [com 17 faixas] deixa a desejar muito na produção enquanto versões ao vivo e acústicas são bem melhores que as de estúdio. O álbum não é nenhum pouco comercial e isso dificultou a divulgação em rádios e televisão. Poucas músicas tinham cara de Hit e dificilmente poderiam fazer parte desse circuito.

Faixas como “Baba” e “Thank U” mostram a influência Indiana na vida de Alanis onde ela carrega no colo até hoje. Enquanto o som pesado de “Baba” [Pai em Hindu] nos seduz, “Thank U” [o grande destaque do cd] nos leva as formas de expressão a gratidão em uma das músicas mais belas de Alanis. Essa influência ainda pode ser vista na capa do cd onde é ilustrado o código moral do ensinamento Budista da perfeita conduta que é: não matar, não roubar, não ser sexualmente promíscuo e não mentir.

“The Couch” é uma música completamente desorganizada, ela não segue nenhuma regra e foi composta após uma conversa entre ela e seu pai e tanto sentimento transborda da música. “I Was Hoping” é uma das minhas preferidas e segue mais ou mesmo a mesma linha de “The Couch”. Nada animadora, deixando a desejar muito nessa versão [dica: escutem a versão Unplugged ou uma versão elétrica ao vivo]. As canções “Sympathetic Character” e “Are You Still Mad” são produzidas pela própria Alanis. Talvez a primeira não lhe chame a atenção na primeira audição, mas logo você se prende aos acordes alternativos e experimentais que ela possui. Em “Are You Still Mad” a melancolia dos pequenos toques de piano se mistura a um rock bem tranqüilo.

Músicas como “Joining You”, “Would Not Come”, “Can’t Not”, “One” e “That I Would Be Good” [Quem não conhece essa?!] dão mais força ao cd. Canções realmente muito boas de uma sonoridade fantástica nos incentivam a querer continuar a dedilhar cada música.

O disco não segue uma linha minimalista e nos apresenta canções mais voltadas para um folk/pop como “Ur” e “Unsent”. Elas trazem da época do JLP a famosa gaita que marcaram músicas como “Ironic”, “Heand Over Feet”, “All I Really Want” e “Hand in My Pocket”. Ainda nessa linha mais introspectiva, músicas como “Heart Of House” e “Your Congratulations” mostram um vocal mais delicado de Alanis.

SFIJ é um álbum que quase nada nele soa convencional. Cada música tem uma história que te prende e uma sonoridade singular. Um cd de significados, de sentimentos sinceros, delicioso... Mas tudo o que foi dito a resto dessa obra aqui com certeza não é o bastante para despi-lo de tal forma que o pareça admirável, talvez soe um pouco de clichê, mas quem escutou sabe o que eu quero dizer [Não é Jr?! Hehehe]. Lembre-se: o SFIJ é um álbum pra se admirar e não se identificar.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Sociedade do Bar da Última Esquina


Comer lixo, comer luxo, mascar chiclete, devorar o poema, beber no boteco, fumar um cigarro, se perder no escuro, lamber o asfalto, cuspir veneno, beijar o corpo, morder a música, rastejar no chão, quebrar a vidraça, mastigar pimenta, devorar a rua, despir a canção, oferecer o pão, pintar a carne, comer o corpo, lamber os lábios, arder a língua, beber uma pinga, esmurrar a faca, transar na escada, conversar no chão, dançar no sertão, comer cinema, desaparecer no porão...
- Lucas Silva

domingo, 22 de março de 2009

A Chave


A Porta.
Ele bateu. Ele chutou. Esbravejou. Empurrou. Ele sangrou. E sentiu dor. Estava cansado. Exausto. E desistiu.
A Janela.
Se aproximou. Ela era alta. Mas a alcançou. A vista era deslumbrante. Ele sorriu. Fechou seus olhos e caiu. Em um abismo sem volta. E ele chorou.
A Chave.
Por que não usou a chave?

(...)

E a Porta abriu...
- jR. Rocha

sábado, 21 de março de 2009

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Dica de Cinema: AUSTRÁLIA – Um Entretenimento loooooongo...


Diante de todas as críticas que o filme vem recebendo, tanto negativas quanto positivas, eu me dou o direito de também criticar o último trabalho do diretor Baz Luhrmann (Moulin Rouge) e da atriz Nicole Kidman (Margot e o Casamento).

Afinal, o que aconteceu com Austrália? O filme prometia ser uma das maiores super produções do ano e abocanhar diversas indicações ao Oscar, no entanto amargou apenas uma indicação (Melhor Figurino) no maior prêmio do cinema mundial sendo esquecido em Fotografia, que é um espetáculo à parte.

Então para entender tudo, que tal irmos do começo? Para isso, comecemos pela sinopse:

O longa se passa no período da Segunda Guerra Mundial e tem como foco a aristocrata inglesa Lady Sarah Ashley (Nicole Kidman) e sua viagem para a Austrália em busca do marido. Ao chegar nessa terra selvagem e distante, ela é levada para as terras do marido pelo Capataz (Hugh Jackman, que não possui nome), mas ao chegar no seu destino descobre que ele havia morrido. Não sendo suficiente, a inglesa “fresquinha” precisa atravessar uma parte do país levando centenas de cabeças de gado e para isso recebe a ajuda (novamente) do Capataz. O filme é narrado pelo pequeno Nullah (Brandon Walters, um dos grandes destaques do filme), um garoto mestiço filho de um aborígine e um branco pelo qual Lady Sarah Ashley cria um grande afeto.

O filme nos leva pelos mais belos cenários australianos com uma fotografia impecável e uma grande direção de arte. Somos apresentados a uma Nicole Kidman divertidíssima como Lady Sarah Ashley, com mais uma ótima interpretação evoluindo dos momentos cômicos aos dramáticos. Não é um show de interpretação, pois aparentemente a personagem não lhe exige tanto, porém Nicole se doa novamente à personagem como faz em todos os seus trabalhos. Hugh Jackman está simpático, como sempre, com seu capataz. Com quase 3 horas duração, é notória uma divisão dentro do longa. A primeira parte narra a luta de Sarah Ashley para levar seu gado pelo continente. É nesse primeiro momento que temos as cenas mais divertidas do filme e a evolução das personagens. A transformação da personagem de Nicole Kidman e sua relação com o Capataz é um exemplo disso. As referências aos clássicos como “Lawrence da Arábia”, “...E O Vento Levou” e “O Mágico de Oz” também são notórias. A segunda parte do longa aponta para o ataque japonês ao continente australiano logo após o ataque a Pearl Harbor. É nesse momento que sentimos falta da primeira parte da produção. Seu segundo momento não é ruim, porém é inferior ao primeiro. Austrália, acima de tudo, nos mostra o preconceito racial que foi bem abordado pelo diretor. Uma luta que só foi vencida em 1970. Mostra o sofrimento dos jovens mestiços e o desprezo que sofriam diante de toda a sociedade. O misticismo aborígine também é abordado na trama e tem como carro chefe o avô de Nullah.


Dizer que Baz teve a pretensão de transformar seu Austrália em um clássico é babaquice, afinal nenhum filme nasce clássico. A intenção do diretor foi homenageá-los, para trazer de volta a magia desses grandes filmes ao cinema contemporâneo. O filme peca pela direção fraca e a colcha de retalhos que o filme acabou se transformando, porém é possível se encantar, afinal do que são feitas as roupas que encantam as festas juninas?

Bem, e foi isso que aconteceu com Austrália! Um filme controverso onde Baz Luhrmann nos apresenta a um grande (grande mesmo, são quase 3 horas) entretenimento, nada de original (ok, quem esperaria algo original de uma homenagem aos clássicos?), mas um filme que agradará a toda a família. Você terá drama, comédia, aventura, ação... (ufa!) e se quer diversão, belos cenários, personagens divertidos e cativantes vá ao cinema (ainda há tempo) e divirta-se com Austrália.

P.S.: O tempo dirá se o filme se tornará um clássico, mas antes do meu último suspiro quero ter a certeza de que Austrália influenciará as gerações futuras! Despeço-me agora porque é hora de conjurar... Bom filme...

Nota: 7,5

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

I Parte: Alanis Morissette

Alanis Morissette conheceu o sucesso mundial em 1995 ao lançar o clássico “Jagged Little Pill”. A principio a música You Oughta Know era tocada apenas em rádios alternativas até algum DJ toca-la em uma rádio FM e obter o sucesso explosivo. Naquele mesmo ano Alanis ganha 4 Grammy Awards de Melhor Performance Feminina de Rock com “You Oughta Know”, Melhor música de Rock com “You Oughta Know”, Melhor álbum de Rock com JLP e Melhor álbum do ano com JLP, além de ter vendido mais de 30 milhões de discos ficando conhecida como um dos maiores referenciais do rock feminino nos anos 90. O álbum é uma mistura das experiências, visões e raivas da Alanis mostrada com muita transparência. Com um vocal forte e singular ela dá vida às músicas em interpretação poderosas onde em nenhum outro álbum Alanis jamais o reproduziu novamente.

Mas como muitos podem imaginar e não conhecer, o sucesso não subiu a cabeça de Alanis e sim o contrario. Já tendo conhecido do sucesso simplesmente por ter tido uma carreira muito precoce em que aos 11 anos apresentava um programa de televisão transmitido pelo canal Nickelodeon, Alanis, ao termino do programa, utiliza o dinheiro ganho para gravar suas composições e firma um contrato com a gravadora MCA do Canadá onde grava um álbum completo de dance-pop music. O disco intitulado de “Alanis”, que só foi lançado no Canadá, vendeu 100 mil cópias ganhado disco de platina. Logo depois veio o “Now is The Time” com direito a platina no Canadá também, mas não obtém tanto sucesso quando o seu primeiro. “Now is The Time” já é marcado pelo que talvez viesse ser o JLP. Mostrando letras mais fortes e o peso do dance-pop mais de lado esse pode ter sido um ensaio para o que viria.

Dito pela própria Alanis, a fama realmente é uma ilusão onde confessa ter aprendido com o lançamento de seus primeiros trabalhos no Canadá. Mas o sucesso do Jagged Little Pill a atormentou completamente aponto de, em 96 ao termino de sua turnê, pensar em abandonar a carreira. Ela não queria mais a pressão de ter que lançar um novo JLP nem de todo o sufoco da fama. Alanis sai de férias para índia com sua mãe e algumas amigas onde encontra um lugar para se recarregar e tranqüilizar sua alma. Alanis absorve muito da cultura indiana onde traz em seu colo até os dias atuais. Na volta, e completamente desiludida, ela recebe conselhos de um velho amigo a continuar sua carreira. É a partir daí que Alanis, renascida como pessoa e como artista, nos presenteia com sua melhor obra [na minha opinião *-*]. No finalzinho de 1998 é lançado o álbum “Supposed Former Infatuation Junkie”.

Na segunda parte do post quero comentar melhor o que esse álbum representa, tanto para Alanis quanto para muitos fãns que o consideram o seu melhor trabalho, e dissecar um pouco sobre suas músicas e estrutura. E na terceira e última parte, quero falar sobre a Flavors Of Entanglement Tour que passou pelo Brasil em 2009 e comentar sobre o show que eu pude assistir.

CD do Mês

Todo mês nós estaremos indicando um cd para vocês escutarem e gostaríamos muito da opinião de vocês. Então esse post vai servir para que opinem sobre o mesmo.

Em homenagem a nossa foto de abertura, o primeiro cd que tenho a honra de indicar para vocês é esse:

Artista: The Kills
Álbum: Keep on Your Mean Side
Ano: 2003


Divirtam-se!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

POE - HAUNTED


No ano de 1996 a cantora, compositora e produtora Annie Decatur Danielewski, mais conhecida como POE (seu nome artístico) lança seu primeiro álbum de estúdio, o ótimo “Hello”. O disco é um bom trabalho de estréia, porém é no ano de 2000 que essa artista nos apresenta o seu mais instigante trabalho, intitulado “Haunted”. O álbum possui uma identidade própria, um conceito buscado no livro "House Of Leaves" do escritor e irmão de Poe, Mark Z. Danielewski. A faixa de abertura é “Exploration B”, que inicia com uma chamada telefônica e um trecho cantado à capela pela artista. Logo somos apresentados à faixa que dá nome ao álbum: “Haunted”. De cara, somos levados ao ano de 1996 e à canção “Hello”. Por quê? Não há como não lembrar, ao ouvir os primeiros segundos de “Haunted”, da música “Hello”. Pode parecer bobagem (não, não é bobagem!), porém não há como não relacionar as duas faixas, principalmente por serem as faixas títulos de seus álbuns e pelo “la ra la ra la ra” de “Hello” e o “pa ra pa pa pa ra pa pa” de “Haunted”. Detalhes à parte, “Haunted” abre com chave de ouro um álbum extremamente atmosférico, com canções melancólicas como: "Spanish Doll", uma das melhores do cd. O violão e a voz de Poe nos remete de forma sutil ao “Spanish” da canção, sem contar alguns trechos cantados em espanhol pela artista. Uma canção extremamente sensível e nem um pouco forçada. Falando em atmosférico, Poe surpreende ao pôr em seu trabalho gravações do seu falecido pai que a cantora só chegou a ouvir muitos anos após sua morte. Podemos ouvir essas gravações em faixas isoladas ou incluídas em suas próprias canções, o que nos leva a um mundo particular pertecente à Poe, mas que todos podem se identificar. O primeiro single de Haunted foi “Hey, Pretty”. Nessa canção ouvimos trechos do livro de seu irmão narrados por ele mesmo.

O álbum é repleto de músicas longas, porém, não torna o álbum cansativo, pelo contrário, o faz ainda mais gostoso de se ouvir. Como exemplo temos “Control”, que possui 6:03 e uma das melhores letras do álbum e que considero também uma das melhores músicas do cd. Poe dá uma interpretação particular à essa canção, assim como a todas as outras e é isso que a faz uma artista exemplar. Poe oferece verstilidade em cada uma de suas músicas, tornando-as diferentes dentro de um mesmo contexto. Wild é a faixa mais longa (9:00 minutos) e instigante do álbum. É uma canção difícil de definir, talvez se fosse menor ela não fosse boa, porém é uma canção incompleta. O detalhe está na referência que Poe faz ao seu primeiro trabalho (Hello). Aos 7:10 podemos ouvir um pequeno trecho da música “Hello”, o famoso “la ra la ra la ra”.

Poe nos oferece em seu Haunted canções rock n’roll como “Beat Of My Own Drum” e “Not A Virgin” (que pelo título já nos faz pular diretamente para ela) e mais melancolia em “5 And A Half Minute Hallway”, “Amazed” e a já citada “Spanish Doll”. A canção que finaliza o álbum se chama “If You Were Here”. A música é um belo diálogo entre pai e filha (nos primeiros segundos podemos ouvir Poe sussurrar “I miss you”) associado à uma linda melodia.

Haunted é um álbum diferente, trabalho de uma artista que merece um reconhecimento pela forma como consegue traduzir em suas canções uma sensibilidade expressada tanto pela sua voz quanto pelas suas composições irônicas e melancólicas. Desde o re-lançamento de Haunted em 2004, Poe não nos presenteia com um novo trabalho. Espero que toda essa demora seja recompensada com um álbum que nos remeta mais uma vez à um mergulho em um mar de sentimentos como foi feito no maravilhoso Haunted.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Now I Have Taken Control




Recentemente encontrei uma pérola na música e seu nome é POE! Abaixo segue um pequeno trecho de uma de suas composições. A canção pertence ao seu álbum mais recente chamado "Haunted", lançado em 2000 e relançado em 2004. Em breve falarei bastante sobre esse seu trabalho...



"... em nosso confronto com um enorme e frio universo há algo de cômico à ideia de que podemos realmente fazer valer a nossa vontade sobre a humanidade..."


Poe - Control





Conversa de Botas Batidas

"- Veja você onde é que o barco foi desaguar
- A gente só queria o amor...
- Deus parece às vezes se esquecer
- Ai, não fala isso, por favor
Esse é só o começo do fim da nossa vida
Deixa chegar o sonho, prepara uma avenida que a gente vai passar

- Veja você, onde é que tudo foi desabar
- A gente corre pra se esconder...
- E se amar, se amar até o fim
- Sem saber que o fim já vai chegar
Deixa o moço bater que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos pra um amor de tantas rugas
Não ter o seu lugar

Abre a janela agora, deixa que o sol te veja
É só lembrar que o amor é tão maior que estamos sós no céu
Abre as cortinas pra mim que eu não me escondo de ninguém
O amor já desvendou nosso lugar e agora está de bem
Deixa o moço bater que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos pra um amor de tantas rugas
Não ter o seu lugar

Diz, quem é maior que o amor?
Me abraça forte agora, que é chegada a nossa hora
Vem, vamos além.
Vão dizer que a vida é passageira
Sem notar que a nossa estrela vai cair!"

Marcelo Camelo - Conversa de Botas Batidas

Zorba, o Grego

"Lembrei-me de uma manhã em que encontrei um casulo preso à casca de uma árvore, no momento em que a borboleta rompia o invólucro e se preparava para sair. Esperei algum tempo, mas estava com pressa e ele demorava muito. Enervado, debrucei-me e comecei a esquentá-lo com meu sopro. Eu o esquentava, impaciente, e o milagre começou a desfiar diante de mim em ritmo mais rápido que o natural. Abriu-se o invólucro e a borboleta saiu, arrastando-se. Não esquecerei jamais o horror que tive então: suas asas ainda não se haviam formado, e com todo o seu pequeno corpo trêmulo ela se esforçava para desdobrá-las. Debruçado sobre ela, eu ajudava com meu sopro. Em vão. Um paciente amadurecimento era necessário, e o crescimento das asas se devia fazer lentamente ao sol; agora era muito tarde. Meu sopro havia obrigado a borboleta a se mostrar, toda enrugada, antes do tempo. Ela se agitou, desesperada, e alguns segundos depois morreu na palma da minha mão. Creio que esse pequeno cadáver é o maior peso que tenho na consciência. Pois, compreendo atualmente, é um pecado mortal violar as leis da natureza. Não devemos apressar-nos, nem impacientar-nos, mas seguir com confiança o ritmo eterno."


Um trecho de "Zorba, O Grego" de Nikos Kazantzakis


Scenic World


"As luzes acedem
As luzes apagam
Quando as coisas não estão certas
Eu deito como um cão esgotado
Lambendo suas feridas sobre a sombra

Quando eu me sentir vivo
Eu tentarei imaginar uma vida sem cuidados
Um mundo cênico onde todos tem um por do sol deslumbrante"

Beirut - Scenic World

Fiquem à vontade e sejam bem-vindos!


Talvez criar uma banda cover de “The Kills” tenha sido uma idéia um pouco absurda (será?). Coisas da cabeça de Leo e com o apoio de jR.! Não, isso não será um blog sobre nossa banda cover de The Kills! Estou falando sobre idéias, talvez sonhos (quem sabe?).



Well... Voltando às idéias e sonhos... Em um momento de ócio, Leo recebe uma iluminação divina (?) e decide criar um blog! A-HÁ! Essa idéia não é nem um pouco absurda (who knows...), então para compartilhar desse espaço eu recebo o convite para apoiar mais uma de suas idéias malucas! Foi então que surgiu o “Squina Do Rock”! Ok, não tem o “E” de Esquina, nós sabemos, mas isso não foi nossa culpa! Alguém criou sua “ESQUINA” antes de nós! Whatever!!!



Sooo, este espaço servirá para darmos nossa opinião sobre assuntos diversos, seja música, cinema , letras... enfim! Um espaço para discutirmos sobre tudo, afinal a arte é Rock n'Roll. Venham, aconcheguem-se na calçada e curtam essa "squina" como se estivessem na esquina de suas casas...