"Chega de falar de mim, vamos falar de você por um minuto. Chega de falar de você, vamos falar da vida por um momento. Os conflitos, as loucuras e o som das pretensões caindo por todos os lados..."

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Dica de Cinema: AUSTRÁLIA – Um Entretenimento loooooongo...


Diante de todas as críticas que o filme vem recebendo, tanto negativas quanto positivas, eu me dou o direito de também criticar o último trabalho do diretor Baz Luhrmann (Moulin Rouge) e da atriz Nicole Kidman (Margot e o Casamento).

Afinal, o que aconteceu com Austrália? O filme prometia ser uma das maiores super produções do ano e abocanhar diversas indicações ao Oscar, no entanto amargou apenas uma indicação (Melhor Figurino) no maior prêmio do cinema mundial sendo esquecido em Fotografia, que é um espetáculo à parte.

Então para entender tudo, que tal irmos do começo? Para isso, comecemos pela sinopse:

O longa se passa no período da Segunda Guerra Mundial e tem como foco a aristocrata inglesa Lady Sarah Ashley (Nicole Kidman) e sua viagem para a Austrália em busca do marido. Ao chegar nessa terra selvagem e distante, ela é levada para as terras do marido pelo Capataz (Hugh Jackman, que não possui nome), mas ao chegar no seu destino descobre que ele havia morrido. Não sendo suficiente, a inglesa “fresquinha” precisa atravessar uma parte do país levando centenas de cabeças de gado e para isso recebe a ajuda (novamente) do Capataz. O filme é narrado pelo pequeno Nullah (Brandon Walters, um dos grandes destaques do filme), um garoto mestiço filho de um aborígine e um branco pelo qual Lady Sarah Ashley cria um grande afeto.

O filme nos leva pelos mais belos cenários australianos com uma fotografia impecável e uma grande direção de arte. Somos apresentados a uma Nicole Kidman divertidíssima como Lady Sarah Ashley, com mais uma ótima interpretação evoluindo dos momentos cômicos aos dramáticos. Não é um show de interpretação, pois aparentemente a personagem não lhe exige tanto, porém Nicole se doa novamente à personagem como faz em todos os seus trabalhos. Hugh Jackman está simpático, como sempre, com seu capataz. Com quase 3 horas duração, é notória uma divisão dentro do longa. A primeira parte narra a luta de Sarah Ashley para levar seu gado pelo continente. É nesse primeiro momento que temos as cenas mais divertidas do filme e a evolução das personagens. A transformação da personagem de Nicole Kidman e sua relação com o Capataz é um exemplo disso. As referências aos clássicos como “Lawrence da Arábia”, “...E O Vento Levou” e “O Mágico de Oz” também são notórias. A segunda parte do longa aponta para o ataque japonês ao continente australiano logo após o ataque a Pearl Harbor. É nesse momento que sentimos falta da primeira parte da produção. Seu segundo momento não é ruim, porém é inferior ao primeiro. Austrália, acima de tudo, nos mostra o preconceito racial que foi bem abordado pelo diretor. Uma luta que só foi vencida em 1970. Mostra o sofrimento dos jovens mestiços e o desprezo que sofriam diante de toda a sociedade. O misticismo aborígine também é abordado na trama e tem como carro chefe o avô de Nullah.


Dizer que Baz teve a pretensão de transformar seu Austrália em um clássico é babaquice, afinal nenhum filme nasce clássico. A intenção do diretor foi homenageá-los, para trazer de volta a magia desses grandes filmes ao cinema contemporâneo. O filme peca pela direção fraca e a colcha de retalhos que o filme acabou se transformando, porém é possível se encantar, afinal do que são feitas as roupas que encantam as festas juninas?

Bem, e foi isso que aconteceu com Austrália! Um filme controverso onde Baz Luhrmann nos apresenta a um grande (grande mesmo, são quase 3 horas) entretenimento, nada de original (ok, quem esperaria algo original de uma homenagem aos clássicos?), mas um filme que agradará a toda a família. Você terá drama, comédia, aventura, ação... (ufa!) e se quer diversão, belos cenários, personagens divertidos e cativantes vá ao cinema (ainda há tempo) e divirta-se com Austrália.

P.S.: O tempo dirá se o filme se tornará um clássico, mas antes do meu último suspiro quero ter a certeza de que Austrália influenciará as gerações futuras! Despeço-me agora porque é hora de conjurar... Bom filme...

Nota: 7,5

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

I Parte: Alanis Morissette

Alanis Morissette conheceu o sucesso mundial em 1995 ao lançar o clássico “Jagged Little Pill”. A principio a música You Oughta Know era tocada apenas em rádios alternativas até algum DJ toca-la em uma rádio FM e obter o sucesso explosivo. Naquele mesmo ano Alanis ganha 4 Grammy Awards de Melhor Performance Feminina de Rock com “You Oughta Know”, Melhor música de Rock com “You Oughta Know”, Melhor álbum de Rock com JLP e Melhor álbum do ano com JLP, além de ter vendido mais de 30 milhões de discos ficando conhecida como um dos maiores referenciais do rock feminino nos anos 90. O álbum é uma mistura das experiências, visões e raivas da Alanis mostrada com muita transparência. Com um vocal forte e singular ela dá vida às músicas em interpretação poderosas onde em nenhum outro álbum Alanis jamais o reproduziu novamente.

Mas como muitos podem imaginar e não conhecer, o sucesso não subiu a cabeça de Alanis e sim o contrario. Já tendo conhecido do sucesso simplesmente por ter tido uma carreira muito precoce em que aos 11 anos apresentava um programa de televisão transmitido pelo canal Nickelodeon, Alanis, ao termino do programa, utiliza o dinheiro ganho para gravar suas composições e firma um contrato com a gravadora MCA do Canadá onde grava um álbum completo de dance-pop music. O disco intitulado de “Alanis”, que só foi lançado no Canadá, vendeu 100 mil cópias ganhado disco de platina. Logo depois veio o “Now is The Time” com direito a platina no Canadá também, mas não obtém tanto sucesso quando o seu primeiro. “Now is The Time” já é marcado pelo que talvez viesse ser o JLP. Mostrando letras mais fortes e o peso do dance-pop mais de lado esse pode ter sido um ensaio para o que viria.

Dito pela própria Alanis, a fama realmente é uma ilusão onde confessa ter aprendido com o lançamento de seus primeiros trabalhos no Canadá. Mas o sucesso do Jagged Little Pill a atormentou completamente aponto de, em 96 ao termino de sua turnê, pensar em abandonar a carreira. Ela não queria mais a pressão de ter que lançar um novo JLP nem de todo o sufoco da fama. Alanis sai de férias para índia com sua mãe e algumas amigas onde encontra um lugar para se recarregar e tranqüilizar sua alma. Alanis absorve muito da cultura indiana onde traz em seu colo até os dias atuais. Na volta, e completamente desiludida, ela recebe conselhos de um velho amigo a continuar sua carreira. É a partir daí que Alanis, renascida como pessoa e como artista, nos presenteia com sua melhor obra [na minha opinião *-*]. No finalzinho de 1998 é lançado o álbum “Supposed Former Infatuation Junkie”.

Na segunda parte do post quero comentar melhor o que esse álbum representa, tanto para Alanis quanto para muitos fãns que o consideram o seu melhor trabalho, e dissecar um pouco sobre suas músicas e estrutura. E na terceira e última parte, quero falar sobre a Flavors Of Entanglement Tour que passou pelo Brasil em 2009 e comentar sobre o show que eu pude assistir.

CD do Mês

Todo mês nós estaremos indicando um cd para vocês escutarem e gostaríamos muito da opinião de vocês. Então esse post vai servir para que opinem sobre o mesmo.

Em homenagem a nossa foto de abertura, o primeiro cd que tenho a honra de indicar para vocês é esse:

Artista: The Kills
Álbum: Keep on Your Mean Side
Ano: 2003


Divirtam-se!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

POE - HAUNTED


No ano de 1996 a cantora, compositora e produtora Annie Decatur Danielewski, mais conhecida como POE (seu nome artístico) lança seu primeiro álbum de estúdio, o ótimo “Hello”. O disco é um bom trabalho de estréia, porém é no ano de 2000 que essa artista nos apresenta o seu mais instigante trabalho, intitulado “Haunted”. O álbum possui uma identidade própria, um conceito buscado no livro "House Of Leaves" do escritor e irmão de Poe, Mark Z. Danielewski. A faixa de abertura é “Exploration B”, que inicia com uma chamada telefônica e um trecho cantado à capela pela artista. Logo somos apresentados à faixa que dá nome ao álbum: “Haunted”. De cara, somos levados ao ano de 1996 e à canção “Hello”. Por quê? Não há como não lembrar, ao ouvir os primeiros segundos de “Haunted”, da música “Hello”. Pode parecer bobagem (não, não é bobagem!), porém não há como não relacionar as duas faixas, principalmente por serem as faixas títulos de seus álbuns e pelo “la ra la ra la ra” de “Hello” e o “pa ra pa pa pa ra pa pa” de “Haunted”. Detalhes à parte, “Haunted” abre com chave de ouro um álbum extremamente atmosférico, com canções melancólicas como: "Spanish Doll", uma das melhores do cd. O violão e a voz de Poe nos remete de forma sutil ao “Spanish” da canção, sem contar alguns trechos cantados em espanhol pela artista. Uma canção extremamente sensível e nem um pouco forçada. Falando em atmosférico, Poe surpreende ao pôr em seu trabalho gravações do seu falecido pai que a cantora só chegou a ouvir muitos anos após sua morte. Podemos ouvir essas gravações em faixas isoladas ou incluídas em suas próprias canções, o que nos leva a um mundo particular pertecente à Poe, mas que todos podem se identificar. O primeiro single de Haunted foi “Hey, Pretty”. Nessa canção ouvimos trechos do livro de seu irmão narrados por ele mesmo.

O álbum é repleto de músicas longas, porém, não torna o álbum cansativo, pelo contrário, o faz ainda mais gostoso de se ouvir. Como exemplo temos “Control”, que possui 6:03 e uma das melhores letras do álbum e que considero também uma das melhores músicas do cd. Poe dá uma interpretação particular à essa canção, assim como a todas as outras e é isso que a faz uma artista exemplar. Poe oferece verstilidade em cada uma de suas músicas, tornando-as diferentes dentro de um mesmo contexto. Wild é a faixa mais longa (9:00 minutos) e instigante do álbum. É uma canção difícil de definir, talvez se fosse menor ela não fosse boa, porém é uma canção incompleta. O detalhe está na referência que Poe faz ao seu primeiro trabalho (Hello). Aos 7:10 podemos ouvir um pequeno trecho da música “Hello”, o famoso “la ra la ra la ra”.

Poe nos oferece em seu Haunted canções rock n’roll como “Beat Of My Own Drum” e “Not A Virgin” (que pelo título já nos faz pular diretamente para ela) e mais melancolia em “5 And A Half Minute Hallway”, “Amazed” e a já citada “Spanish Doll”. A canção que finaliza o álbum se chama “If You Were Here”. A música é um belo diálogo entre pai e filha (nos primeiros segundos podemos ouvir Poe sussurrar “I miss you”) associado à uma linda melodia.

Haunted é um álbum diferente, trabalho de uma artista que merece um reconhecimento pela forma como consegue traduzir em suas canções uma sensibilidade expressada tanto pela sua voz quanto pelas suas composições irônicas e melancólicas. Desde o re-lançamento de Haunted em 2004, Poe não nos presenteia com um novo trabalho. Espero que toda essa demora seja recompensada com um álbum que nos remeta mais uma vez à um mergulho em um mar de sentimentos como foi feito no maravilhoso Haunted.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Now I Have Taken Control




Recentemente encontrei uma pérola na música e seu nome é POE! Abaixo segue um pequeno trecho de uma de suas composições. A canção pertence ao seu álbum mais recente chamado "Haunted", lançado em 2000 e relançado em 2004. Em breve falarei bastante sobre esse seu trabalho...



"... em nosso confronto com um enorme e frio universo há algo de cômico à ideia de que podemos realmente fazer valer a nossa vontade sobre a humanidade..."


Poe - Control





Conversa de Botas Batidas

"- Veja você onde é que o barco foi desaguar
- A gente só queria o amor...
- Deus parece às vezes se esquecer
- Ai, não fala isso, por favor
Esse é só o começo do fim da nossa vida
Deixa chegar o sonho, prepara uma avenida que a gente vai passar

- Veja você, onde é que tudo foi desabar
- A gente corre pra se esconder...
- E se amar, se amar até o fim
- Sem saber que o fim já vai chegar
Deixa o moço bater que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos pra um amor de tantas rugas
Não ter o seu lugar

Abre a janela agora, deixa que o sol te veja
É só lembrar que o amor é tão maior que estamos sós no céu
Abre as cortinas pra mim que eu não me escondo de ninguém
O amor já desvendou nosso lugar e agora está de bem
Deixa o moço bater que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos pra um amor de tantas rugas
Não ter o seu lugar

Diz, quem é maior que o amor?
Me abraça forte agora, que é chegada a nossa hora
Vem, vamos além.
Vão dizer que a vida é passageira
Sem notar que a nossa estrela vai cair!"

Marcelo Camelo - Conversa de Botas Batidas

Zorba, o Grego

"Lembrei-me de uma manhã em que encontrei um casulo preso à casca de uma árvore, no momento em que a borboleta rompia o invólucro e se preparava para sair. Esperei algum tempo, mas estava com pressa e ele demorava muito. Enervado, debrucei-me e comecei a esquentá-lo com meu sopro. Eu o esquentava, impaciente, e o milagre começou a desfiar diante de mim em ritmo mais rápido que o natural. Abriu-se o invólucro e a borboleta saiu, arrastando-se. Não esquecerei jamais o horror que tive então: suas asas ainda não se haviam formado, e com todo o seu pequeno corpo trêmulo ela se esforçava para desdobrá-las. Debruçado sobre ela, eu ajudava com meu sopro. Em vão. Um paciente amadurecimento era necessário, e o crescimento das asas se devia fazer lentamente ao sol; agora era muito tarde. Meu sopro havia obrigado a borboleta a se mostrar, toda enrugada, antes do tempo. Ela se agitou, desesperada, e alguns segundos depois morreu na palma da minha mão. Creio que esse pequeno cadáver é o maior peso que tenho na consciência. Pois, compreendo atualmente, é um pecado mortal violar as leis da natureza. Não devemos apressar-nos, nem impacientar-nos, mas seguir com confiança o ritmo eterno."


Um trecho de "Zorba, O Grego" de Nikos Kazantzakis


Scenic World


"As luzes acedem
As luzes apagam
Quando as coisas não estão certas
Eu deito como um cão esgotado
Lambendo suas feridas sobre a sombra

Quando eu me sentir vivo
Eu tentarei imaginar uma vida sem cuidados
Um mundo cênico onde todos tem um por do sol deslumbrante"

Beirut - Scenic World

Fiquem à vontade e sejam bem-vindos!


Talvez criar uma banda cover de “The Kills” tenha sido uma idéia um pouco absurda (será?). Coisas da cabeça de Leo e com o apoio de jR.! Não, isso não será um blog sobre nossa banda cover de The Kills! Estou falando sobre idéias, talvez sonhos (quem sabe?).



Well... Voltando às idéias e sonhos... Em um momento de ócio, Leo recebe uma iluminação divina (?) e decide criar um blog! A-HÁ! Essa idéia não é nem um pouco absurda (who knows...), então para compartilhar desse espaço eu recebo o convite para apoiar mais uma de suas idéias malucas! Foi então que surgiu o “Squina Do Rock”! Ok, não tem o “E” de Esquina, nós sabemos, mas isso não foi nossa culpa! Alguém criou sua “ESQUINA” antes de nós! Whatever!!!



Sooo, este espaço servirá para darmos nossa opinião sobre assuntos diversos, seja música, cinema , letras... enfim! Um espaço para discutirmos sobre tudo, afinal a arte é Rock n'Roll. Venham, aconcheguem-se na calçada e curtam essa "squina" como se estivessem na esquina de suas casas...